Shining Force: The Legacy of Great Intention

Convenhamos, a capa americana desse jogo é estranha 

Já está perfeitamente claro que eu sou um cara que adora RPG's, seus sistemas tradicionais sempre me encantaram, mesmo que hoje em dia grande parte do estilo "RPG Tradicional" não esteja a tona. Mas fui perfeitamente familiarizado, eu acho. Enfim, re-joguei um dos RPG's mais brilhantes já feitos e um incrível clássico do nosso querido Mega Drive. Desenvolvido pela Climax e pela Camelot em 1992, Shining Force foi um dos maiores clássicos da nossa futura amiga que irá falecer: SEEEGAAAA. O jogo é um RPG Tático, segue um estilo ala Final Fantasy Tactics, Phantom Brave, Disagea, Fire Emblem, etc. 

Eu estava jogando Zelda: A Link to the Past e iria fazer uma review dele. Mas, sabe quando bate aquela saudade de algum jogo que você não joga faz tempo e desesperadamente quer jogá-lo novamente? Foi, exatamente, o que aconteceu comigo em relação a Shining Force. E, nem sei bem o porquê disso, pois, para falar a verdade, eu sempre preferi Shining Force 2. Afinal, é aquele lance de concertar o que saiu de errado no primeiro jogo e tudo mais, sabe? Naquela época 16-bits isso era típico, uma continuação, normalmente, superava seu antecessor. E, sim, Shining Force 2 foi um dos maiores e melhores RPG's táticos que já joguei e com certeza jogarei muito mais, mas, por hoje só quero falar do primeiro jogo da série "Shining Force". Claro, que mais tarde farei uma review de Shining in the Darkness, Shining Force CD ou de algum título da franquia que tenha sido lançado para Game Gear, sei lá.


Mas, Shining Force foi o segundo jogo da franquia "Shining", uma das poucas franquias que a Sega consegue manter até os dias de hoje (eu acho, né?). Joguei aquele Shining Ark de PSP, não joguei muito, mas, notei mudanças drásticas, e algumas decepções. Enfim, a Sega deixando a merda acontecer em suas franquias... Que novidade. Não seria surpresa para mim se Shining Ark, Shining Heart ou Shining Blade fossem grandes cagadas de jogos (Sim, são todos jogos de PSP, é o máximo que consigo emular por enquanto). Até que eu queria jogar os Shining's de PS2, mas, não sei se poderei. Até porque os jogos da série passaram a serem lançados apenas no oriente, e realmente, não entendi o porquê disso. 

De qualquer maneira, Shining Force é um ótimo jogo, uma obrigação ser jogado por qualquer um que diga ser fã de RPG's, se você nunca jogou, baixe agora um emulador de Mega Drive e a rom deste game, você não sabe o que está perdendo. E, se alguém aí espera por uma review negativa, sinto dizer, hoje estou mais que feliz por ter re-jogado um dos meus jogos preferidos do meu console 16-bits preferido. 

Sem mais delongas, vamos ao que interessa de verdade. 

Uma trama forte para se distrair 


O jogo se passa na terra de "Rune", ou algo assim. Reza uma lenda, que há 1000 anos uma guerra aconteceu em Rune, um guerra entre a Luz e as Trevas (clichê), cujo o lord da escuridão (Lord of Darkness), usou uma criatura poderosa, chamada "Dark Dragon" (Quanta criatividade nesse nome, né?). Os antigos anciões da Luz enfrentaram Dark Dragon e selaram ele dentro de uma realidade alternativa, e então, Lord of Darkness prometeu que voltaria daqui à 1000 anos para se vingar do povo de Rune. Sim, eu disse lá em cima "há 1000 anos", então você já entendeu que o bicho vai pegar nesse jogo, né? Ok, com o passar dos anos, as pessoas se esqueceram deste acontecimento e Rune passou todo esse tempo vivendo em paz. Porém, criaturas malígnas saem do reino de Runefaust, recentemente, atacando toda a terra de Rune (Acho que vocês já sabem o porquê). 

O jogo se inicia em Guardiana, você é um garoto chamado "Max", e está treinando com seu mestre. Daí você falará com o rei de Guardiana, ele dirá que você terá que formar uma aliança de guerreiros que irão enfrentar as forças do mal que estão vindo de Runefaust, porém, ninguém nesta vila, reino, ou sei lá, poderá saber disso, pois, todos entrariam em pânico. Então, você sai em missão para derrotar umas criaturas malignas, quando voltar para Guardiana, ela terá sido toda destruída, casas destruídas, reino destruído e até o exercito foi derrubado. Ao entrar no castelo, descobrirá que o responsável pelo ataque a Guardiana foi Kane (de Runefaust, é claro). Ele veio para cá pegar o tesouro de Guardiana, a "Sworld of Darkness", e depois disso mata o seu mestre (sniff!). E, logo após o Rei de Guardiana também morrerá, dando a você uma ultima missão, que é (obviamente) impedir que os planos malignos de Kane se realizem e tudo mais. E, assim começará sua jornada para impedir que as forças das trevas ganhem.

Antes que alguém entenda errado, Kane não é o tal do Lord of Darkness que eu falei ali em cima, na verdade, Kane está sendo controlado por ele, seu nome é Darksol, ele será o principal antagonista do jogo. Ah, e seu maior e principal objetivo será ressuscitar Dark Dragon e tocar o terror com essa criatura, antes que pensem que citei ele para nada. 


O que posso dizer sobre esse enredo? É bem clichê, eu sei, mas, convenhamos que na época isso era show de bola. Enfim, mesmo sendo clichê e talz, eu gosto muito desse enredo, a trama é forte e a história consegue ser simples. Sim, simples sim, um cara mauvadão vai ressuscitar alguma criatura das trevas e tentar usa-la para se vingar do mundo, daí surge um herói que não tinha nada a ver com a história e impede o cara mauvadão de completar seus planos. É, bem simples, mesmo olhando a fundo o enredo, na prática, ele se resume nisso. Darksol é um vilão clichê, mas, eu gosto dele, o jeito como interpreta seu ódio pelo mundo, a forma como sempre tenta de tudo para parar o Shining Force... 

Ah, quase me esqueci de dizer, o grupo de defensores da justiça que você lidera se chama "Shining Force". 

Onde eu estava? Ah é, o Darksol. Como eu disse, ele é legal, Kane é um personagem interessante também, só não irei falar dele, pois, estaria dando spoilers. O personagem protagonista, Max, não dirá uma se quer palavra durante o jogo inteiro. Sim, esse é um daqueles RPG's que o personagem protagonista não tem personalidade definida, e te dá a impressão de que na verdade você é ele. E, eu também gosto disso, até em Zelda, Pokémon e nos primeiros Final Fantasy's. O resto dos personagens não aparecem muito no jogo, e isso foi o que mais me decepcionou: A atuação e envolvimento dos heróis. 

É até legal saber que todos os personagens que entram na Shining Force tem um back-story e seus próprios motivos para enfrentarem o mal, isso é um ponto positivo, um RPG tem sempre que mostrar o ponto de vista de todos os personagens, seria um pecado se não fizesse. Final Fantasy VI, por exemplo, faz isso e muito bem, mas, Shining Force erra quando não desenvolve esses personagens. Quero dizer, eles aparecem no momento em que entram na história com um back-story, depois ficam caladões com o desenrolar, ninguém aparece para retratar algum sentimento, nada. Isso me decepcionou, levando em conta a vasta gama de personagens que temos no jogo. E, é chato você se interessar em algum personagem novo e depois ele não servir para mais nada na história, além de ficar te ajudando, igual a todos, muito chato mesmo. 

Mas, como trama, Shining Force tem um bom enredo, apesar dos erros citados acima, o jogo prende a atenção do jogador, e isso é de suma importância para um bom RPG. Então, pode-se dizer que o enredo de Shining Force é bom, mesmo com o irritante humor do RPG's clássicos, o jogo garante um bom divertimento. A sorte é que Shining Force II concerta esses erros, santificado seja! 

E, sim, eu sei que é uma história bem clichê, mas... Ah, é um clichê legal que eu gosto, ok? Tem lá seu charme. 

Apresento a vocês um dos melhores RPG's táticos do mundo 


As batalhas (ou engages, se preferir chamar) em Shining Force não podem ser aleatórias, você efetuará, apenas, batalhas que estejam relacionadas com o enredo. Logo, você não poderá treinar e nem praticar em alguma batalha qualquer, só para ganhar pontos de experiência. Claro, o jogo é constituído dos bons e velhos elementos do RPG tradicional. Derrotou um inimigo ou tirou dano de alguém? Ganhará pontos de experiência. Você pode errar o ataque e não tirar nada de HP (vida, sangue, etc) do inimigo, do mesmo jeito que pode efetuar dois golpes em um turno. Sim, o jogo funciona a base de turnos como qualquer outro jogo de RPG tático, mas, isso é óbvio. 

O jogo te dará quatro ações diferentes para usar durante um confronto. "Attack", você simplesmente atacará com as armas que tem. "Magic", usa uma magia, pode tanto curar amigos, atacar inimigos, etc. "Stay", simplesmente encerra seu turno no lugar onde está. Por último, "Item", pode acessar seu estoque de itens e fazer o que bem entender, usá-los, trocá-los e até equipar armas no meio da treta. 

Lembrando que o jogo não te permite atacar amigos ou ajudar inimigos. Isso já pode ser considerada uma característica própria do jogo, eu acho. Se você usar, por exemplo, uma dessas magias que atingem mais de uma área a partir do centro, ela não afetará algum aliado se ele estiver dentro da área da magia, vice-versa se for recuperar o HP de algum aliado, se algum inimigo estiver dentro da área de cura, este não será curado. 

Fora das batalhas, podemos acessar o "Open World"?... Não do jeito que está pensando. Na verdade, o jogo se divide em capítulos, e, em cada um você poderá explorar vilas e reinos diferentes, no entanto, não poderá voltar para lugares que já passou em outros capítulos. Dentro de vilas/reinos é possível (como em praticamente todos os RPG's) conversar com as pessoas que lá vivem e etc. Logicamente, existem lojas onde poderemos comprar itens e armas. E, sempre haverá aí um "padre" (ah, sei lá, acho que aquele cara é um padre), que está dentro das igrejas e te servirá de grande ajuda, pois, ele pode recuperar aliados que estão nocauteados (mortos, se preferir dizer), salvar o jogo, curar status, e promover algum membro da Shining Force. 

As promoções são, resumidamente, uma troca aperfeiçoada de classe, logo, quem receber uma promoção ficará mais forte, resistente, rápido, etc, mas, só é possível receber a promoção aquele que estiver no level 10 ou acima, após recebe-la, ele voltará para o level 1 e você terá que treiná-lo novamente. 

Em cada vila/reino também tem um "Headquarters", que são os nosso quartéis-generais. Lá é possível a troca de quem vai ou não lutar, ver status e trocar um papinho com seus aliados. 


O jogo ás vezes tenta ser casual, mas, não consegue muito bem, diferente de outros RPG's que só necessitavam de um botão de ação, Shining Force abre uma espécie de menu sempre que você aperta A ou C, lembrando que B é o botão de desfazer qualquer ação, voltar, etc. Não que isso seja ruim, é uma característica do jogo, afinal de contas, mas, estaria mentindo se dissesse que isso me irritou em alguns momentos. Quero dizer, tinha uma opção para falar com as pessoas e outra para explorar alguma coisa, e sempre que selecionava a ação errada, me aparecia um texto dizendo "nothing in usual", isso era um pouco chato mesmo, por que não faziam um só botão para explorar e falar com as pessoas quando estivéssemos perto de algo/alguém? Isso (por sorte) foi concertado em Shining Force 2. E, essa pequena complicação só piorava por conta dos controles sensíveis, porque, se eu apertava A, B ou C por mais de 1 segundo, selecionava e confirmava um monte pergunta que eu não queria afirmar. Fora que, quando estava dentro de batalha, por conta dessa programação inútil eu selecionava sem querer a opção "Stay", quando esse era um turno decisivo para a luta. Então, os controles muito sensíveis se tornaram um problema neste jogo, mas, felizmente, este foi o único ponto errado que vi, e, a partir de agora, você só lerá elogios. 

Antes de mais nada, o jogo é, simplesmente, sensacional, mesmo com pequenos erros. Admito que me incomodou um pouco no começo o fato de não podermos efetuar batalhas aleatórias, eu nunca tinha visto um RPG onde não podíamos lutar por diversão. Mas, com o tempo, isso foi me agradando, dando uma certa alusão de que estava jogando um jogo sério, e não tinha tempo para brincadeiras. Mas, as batalhas podem se repetir a partir da magia "Egress", e, era divertido quando eu estava para terminar algum confronto e depois re-iniciava tudo sem perder o que ganhei nas batalhas repetidas, é uma forma interessante de fator replay, pois, fica na sua mão se quer continuar o jogo ou re-aproveitar o momento. É, digamos, um charme que só existe em Shining Force. 

Os confrontos e bosses são incrivelmente divertidos e estimulam muito bem o nosso lado tático, mesmo o jogo parecendo ser fácil em alguns momentos. Um exemplo disso é o fato de que não equiparemos armaduras, só armas e anéis. Esse, é outro aspecto característico do jogo, eu acho. 

Em relação ás vilas e reinos, tenho que dizer que são bem divertidos andar por eles. As pessoas sempre dão informações boas e sempre haverá alguns itens escondidos em baús para procurarmos. O sistema de promoção é incrivelmente útil e divertido, é um risco de deixar seu personagem mais fraco para ficar mais forte (?). Essa frase ficou estranha, mas, é bem por aí mesmo o sistema de promoção.

O resto do jogo é o que sempre vimos nos PRG's táticos em geral... Ataques, turnos, magias negras, magias brancas, etc. Shining Force foi, definitivamente, um dos primeiros jogos de RPG tático e um dos jogos que apresentaram o gênero ao mundo, é digno de total jogatina diária por qualquer um que seja fã de videogames. Jogar Shining Force é um obrigação a aqueles que se dizem fãs de RPG's. 

Arte medieval e tecnológica juntas 


Shining Force foi mesmo inovador, ele pode ser considerado um dos pais do RPG tático, e sua fórmula ajudou a moldar muitos outros jogos do mesmo gênero que vieram mais tarde. Não é só a história e a jogabilidade, mas a arte conceituada também influenciou muitos outros jogos que vieram a serem lançados mais tarde. A arte em Shining Force é a mais tradicional e clichê dos RPG's, reinos e vilas que assimilavam-se a era medieval, porém, com equipamentos, armas, etc, mais voltadas para algo futurístico ou tecnológico. A série Final Fantasy também usa um estilo artístico similar em alguns de seus jogos, como por exemplo, Final Fantasy VI. 

Claro, eu gosto muito da arte usada em todos os aspectos do jogo, as roupas são, visivelmente, essência medievais. A arte conceitual dos personagens é em estilo anime clássico, que cai perfeitamente bem. E os fundos que entram em cena quando efetuamos a ação são bem bonitos e carismáticos, tinha até um confronto em uma torre onde o fundo das ações era em uma espécie de ruínas, bem bacana mesmo. 

Em relação aos gráficos, tenho que dizer que não explora muito bem as capacidades do Mega Drive. Os gráficos são espaços de (muitas vezes) constituídos de apenas uma cor só, sem muitos efeitos de sombra e iluminação, dando a impressão de que aquilo é um jogo de 8-bit com gráficos muito bem melhorados e aperfeiçoados. Até os sprites dos personagens são mais "quadrados" do que eu imaginava. Não que os gráfico sejam ruins, não é isso, eles são bons, mas, podiam ser mais bem aproveitados, e, por sorte, Shining Force 2 também concerta isso (sim, ele aperfeiçoa tudo que veremos no primeiro jogo). 

"Pirulito, Pirulito, Pirulito que já bateu..."


A trilha sonora é um ponto memorável. As músicas são cativantes, gostei de todas. Mas, por algum motivo, do qual eu não sei bem, parece que alguns jogos de RPG gostam de repetir sempre as mesmas músicas, e, como posso te dizer... Isso é um verdadeiro saco e um grande estupro diabólico com capacidades de te deixar louco! Aqueles que jogaram (ou leram a review do blog) Final Fantasy Tactics Advance, saberão do que estou falando. Shining Force repete sempre a mesma música em todo reino ou vila, e, ficava completamente chato e enjoativo com o passar do tempo, havia momentos em que eu ficava loucão de tanto ouvir aquela música. 

Mas, fora aquela música 100% enjoativa que tocava nas vilas/reinos, as músicas são divertidas e muitas vezes, fortes. 

Considerações Finais 


Como havia dito, a série Shining é um dos pais do gênero RPG, e Shining Force um dos pais do RPG tático, sendo considerado por alguns o melhor jogo do tipo. E não é atoa, Shining Force é f*da, simplesmente um jogo que te fará passar muito tempo jogando (mesmo tendo os defeitos que eu havia dito), é simplesmente uma obrigação jogá-lo se você diz ser um fã de RPG's. Aposto, que se Shining Force fosse uma mulher, ela seria tipo aquela mina gostosa da sua escola que todos os muleques querem pegar, mesmo sabendo que ela tem defeitos estranhos, ela era gostosa o suficiente para ninguém notá-los. 

Vocês entenderam, né?

O jogo sofre de ter controles muito sensíveis e não ser casual em alguns momentos em que é necessário ser casual. Mas, esses problemas são completamente imperceptíveis quando analisamos os pontos positivos que Shining Force nos apresenta. Apesar de clichê, a história tem um charme especial e a trama é até... Interessante e alguns personagens são carismáticos e cativantes (mesmo sabendo que 90% dos mocinhos que entram na história ficam caladinhos enquanto a treta toda tá rolando). A jogabilidade é de longe uma das melhores já apresentadas pro Mega Drive, sua qualidade foi ofuscada por outros jogos, infelizmente, poucos gamers de hoje conhecem ou já jogaram esse jogo. Então meu filho, se tu não conhece Shining Force, toma vergonha na sua face e vá jogá-lo antes que sua vida acabe! 

História: 8
Sons: 8
Gráficos: 7
Jogabilidade:

Prós: 
Personagens cativantes 
Jogabilidade de um RPG perfeito 
Táticas meu caro, táticas 
As músicas são divertidas 
Arte cativante 

Contras: 
Controles muito sensíveis 
Não é um jogo casual em alguns momentos 
Cadê a atuação dos personagens 
Aquela músiquinha... Céus 

Nota Final: 8.5 

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